Há um ano e meio, uma criança – amiga minha – foi diagnosticada com leucemia. Ela tinha 12 anos, se não me engano, quando ficou um período em coma induzido. Ela precisava de doações de sangue para uma transfusão, que poderia salvar sua vida.
Um homem foi doar, assim como fizeram muitas outras pessoas boas e que tinham o tipo sanguíneo necessário, O-. Esse homem tem sua família, mulher e duas filhas – família amiga minha também -, e numa conversa com a esposa dele, ela me contou o que se passou após a doação de sangue:
A filha mais nova, que na época tinha uns 8 ou 9 anos: “Mãe, tem que falar para ela (a menina doente) quando ela voltar que agora que o pai doou sangue para ela, ela é da nossa família, tem o nosso sangue.”
No mesmo mês, alguns dias depois, a menina doente faleceu. Hoje, eu estava pensando nisso, pensando em quão grande foi a decepção dessa criança, em como a bondade nem sempre é claramente recíproca.
Respostas é o que nem sempre temos para os mistérios da vida pelos quais passamos.
Essa é a vida, e a morte é a maior certeza que devemos ter dela.
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