Eram 7 horas da noite – a penumbra do horário de verão iluminava, acompanhada de um forte vento. As altas portas de madeira se abriram. Adentrei o lugar – escuro, ainda que fosse iluminado por algumas lâmpadas multicoloridas. Trocava olhares com algumas pessoas desconhecidas, quando uma garota estendeu a mim sua mão.
Numa tentativa tímida de ser simpático, toquei a mão dela com a minha. Foi o momento em que a moça entrelaçou meus braços ao dela, conduzindo-me. Puxou uma cadeira para mim e deixou-me sozinho sentado à uma mesa de madeira, onde estavam copos, duas latas de Brahma e uma garrafa de cachaça. Minutos depois, começaram, ela e as outras meninas, a dançar sensualmente.
Assim, fui recebido numa das salas do Teatro Escola Macunaíma para a apresentação de “Querô”, aquela reportagem maldita escrita por Plínio Marcos, que conta a história de Jerônimo, filho de uma prostituta, que leva o apelido reduzido da palavra querosene. Por um motivo que não contarei.
Com toda aquela dramatização, comigo no meio do cenário, tudo tão real, finalmente pensei que eu fosse abandonar o jornalismo e subir na vida.
O que quase aconteceu.
Saí do teatro por volta das 9 e meia da noite. E fiquei vagueando com a minha alma penada – inspirada pelo ódio do coração de Querô – pela calçada da avenida Angélica. Eis que paro para falar ao celular, na esquina com a Brigadeiro Galvão. Fiquei 10 minutos parado ali.
Entrei no Metrô às 9h50. E descobri, ao chegar à minha casa, que mais dez minutos lá e eu teria voado com a explosão de um bueiro, ali, exatamente onde eu estava parado.
Perdi uma chance de subir na vida. Resta aguardar a próxima oportunidade.

oportunidade sempre vão aparecer…e só ficar perto dos bueiros….hahaha,,,,
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Voltarei mais vezes tá?
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abraços
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