Julho concentrou 30% dos registros no estado; clima seco é fator de risco para essas ocorrências
Os incêndios em áreas de vegetação aumentaram 33,05% no estado de São Paulo, de janeiro a agosto deste ano. Nesse período, bombeiros atenderam 29.309 ocorrências do tipo.
Julho concentrou 30% do total de registros. No mês, choveu metade do esperado, segundo a Estação Meteorológica da Universidade de São Paulo (USP).
Nos mesmos oito meses do ano passado, foram 22.028 incêndios em vegetações. Segundo o Corpo de Bombeiros, o clima seco é um dos fatores que contribuem para essas ocorrências.
Em 29 de agosto, dois carros-tanque tiveram de conter o fogo que alastrou por uma reserva no quilômetro 7 da estrada vicinal Prefeito Hélio Gomes, em Presidente Epitácio, no interior.
Três dias depois, chamas de grandes proporções atingiram vegetação no entorno da Universidade de Sorocaba (Uniso). O balanço geral de setembro ainda não foi divulgado.
Apesar do aumento de registros em julho, agosto teve queda de 50% nos incêndios. Na contramão, maio registrou alta de 909 para 6.070 casos (quase sete vezes mais).
Prevenção
“As ações humanas são essenciais para esses trágicos resultados, mas também para evitá-los”, afirma o capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo.
Para evitar os incêndios, ele explica – e pede – que o cidadão paulista não descarte cigarros em locais inapropriados, “principalmente em rodovias e especialmente próximo a vegetações”.
Como o tempo seco e o vento facilitam que fagulhas se espalhem, é preciso evitar fogueiras e fogos de artifício em áreas de mata. “Essas também são as causas de grandes incêndios.”
Outra medida para prevenir o fogo em vegetações é não incendiar lixo nem promover queimadas, que são um crime ambiental e podem resultar em multa ou até mesmo prisão.
Segundo o bombeiro, cerca de 2 mil brigadistas são treinados anualmente para combater incêndios florestais. “Mas precisamos que a população nos ajude a prevenir esses casos.”

Balões
A época de inverno, com as festas juninas, tem uma maior incidência de soltura de balões em São Paulo. Isso, segundo o Corpo de Bombeiros, potencializa as chances de incêndios.
Na maioria das vezes, o balão não cai apagado. Para voar, ele conta com uma cangalha e seu material inflamável pode causar acidentes de grandes proporções, inclusiva em áreas urbanas.
A soltura de balões é um crime ambiental e a população pode denunciar pelo telefone 190 (PM) ou utilizando o aplicativo Denúncia Ambiente, disponível para Android e iOS.
Procurada, até a publicação deste texto, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo não informou quais medidas estão sendo adotadas para prevenir esse tipo de crime ambiental.